Os franceses adoram criar soluções muito exóticas para seus carros, sendo a Citroën a campeã disso. E talvez um dos carros que mais exemplifique a charmosa esquisitice seja o Citroën C3 Pluriel. Vendido entre 2003 e 2010, o modelo nunca foi oferecido de maneira oficial no Brasil, mas algumas unidades circulam por aí.
A história do C3 Pluriel começou em 1998 com o conceito C3 Air Concept. Ali, tínhamos um conversível de quatro porta com para-brisa bem reto e uma pegada meio buggy. O protótipo evoluiu para o Pluriel Concept em 1999, que já tinha duas portas e alguns dos elementos que seriam vistos no modelo de produção.
Base conhecida
Os europeus só puderam comprar o Citroën C3 conversível a partir de 2003, quando o modelo chegou às lojas. Ele usava plataforma PF1, a mesma do Peugeot 206 e da primeira geração do C3 hatch – ambos produzidos e vendidos no Brasil. A gama de motores era igual, com 1.4 e 1.6, ambos quatro cilindros aspirados, além de um 1.4 diesel.
Inclusive, o motor 1.6 aspirado é o mesmo que o atual Citroën C3 usa até hoje, ainda que devidamente atualizado. O Pluriel 1.4 vinha com câmbio manual, enquanto o 1.6 era ligado a uma transmissão automatizada de embreagem única, algo como um Dualogic que, felizmente, nunca foi oferecido pela Peugeot ou Citroën no Brasil.
Vários C3
Mas o que fazia do Citroën C3 Pluriel um carro extremamente diferente era sua modularidade. Ele podia assumir várias carrocerias diferentes de acordo com o que o motorista quisesse. O teto era feito em lona, o que possibilita ser um hatch fechado ou um modelo com teto solar enorme.
O teto de tecido poderia ser recolhido totalmente com a remoção manual do vidro traseiro, o tornando um conversível com arcos de teto. Contudo, a Citroën ainda permitia arrancar os arcos de teto para dar a sensação real de um conversível. O problema é que não havia onde armazenar essas colunas, o que o tornava pouco prático.
A marca ainda dizia que ele poderia se transformar em uma caminhonete a partir do momento em que o banco traseiro fosse dobrado. Como havia uma superfície plana e o tampão do porta-malas era aberto como uma caçamba, a marca o classificava assim também.
Um toque a mais
Visualmente, ele tinha muitos elementos arredondados que lembravam até do Ford Ka de primeira geração. Mas o estilo era mais ousado do que no C3 comum. Na frente, o Pluriel trazia faróis em C formando um sorriso junto ao capô redondo. As colunas eram pintadas em prata ou preto, dependendo da cor da carroceria.
Já na traseira, ele trazia lanternas transparentes e placa na tampa do porta-malas. Como acontecia com o Citroën C3 na época, o Pluriel trazia borrachões pretos por toda a carroceria, ou pratas, dependendo da versão. Já a cabine era idêntica à do hatch, salvo pelo encosto de cabeça dos bancos e a cor dos tecidos, que era mais ousada.
Elogio disfarçado de ofensa
De 2003 a 2010, o Citroën C3 Pluriel vendeu 115.097 unidades na Europa. Talvez não seja algo para se orgulhar, mas em 2013, a revista Top Gear elegeu o Pluriel como um dos 13 piores carros feitos nos últimos 20 anos na Europa. O modelo saiu de linha para abrir espaço ao DS3 Cabrio.
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