Senna e Ratzenberger eternos

Senna 30 anos: como a tragédia de Ímola mudou a história do automobilismo

Em 1º de maio de 1994, Ayrton Senna morreu durante o GP de Ímola daquele ano, sendo a segunda vítima fatal de uma corrida macabra

Ayrton Senna [reprodução]
Ayrton Senna [reprodução]

“Ayrton Senna è morto”. Com essa frase, em italiano, os médicos do Hospital Maggiore, de Bolonha, noticiaram o que parecia impossível: Senna não sobreviveu ao forte acidente na sétima volta do GP de Ímola, encerrando sua carreira e vida aos 34 anos. Pior: morreu na frente de todos, com as imagens percorrendo o mundo ao vivo.

O mundo do automobilismo nunca mais foi o mesmo depois daquele 1º de maio de 1994. Há 30 anos, a morte de dois pilotos em um final de semana de Fórmula 1, mudou completamente o esporte. Nem todos se lembram, mas no sábado, 30 de abril, o austríaco Roland Ratzenberger foi a primeira vítima fatal daquele GP macabro. 

A Fórmula 1 não perdia um piloto nas pistas havia 12 anos. Em 1982, durante o GP do Canadá, o italiano Riccardo Paletti morreu após um acidente na largada. Naquele mesmo ano, a morte de Gilles Villeneuve chocou o mundo da F1. Depois, em 1986, Elio de Angelis morreu em um teste privado da equipe Brabham. 

Roland Ratzenberger [reprodução]
Roland Ratzenberger [reprodução]

Sendo assim, a Fórmula 1 parecia estar em um platô de segurança. Acidentes fortes eram comuns, mas os pilotos saiam bem. Só que em 1994 algo deu muito errado. Alguns pilotos se acidentaram em testes, mas foi em Ímola que tudo ruiu e escancarou ao mundo como a F1, e o automobilismo, não eram nada seguros naquela época.

Senna e a segurança

A temporada de 1994 trazia muitas esperanças para Ayrton Senna. Depois de dois anos sem títulos, e vendo a Williams dominar o campeonato, o brasileiro assinou com o time de Frank Williams para aquele ano. Parecia ser a união perfeita. E, com a aposentadoria de Alain Prost, Senna se tornou o único campeão mundial que restou no grid daquele ano.

Ayrton Senna [reprodução]
Ayrton Senna [reprodução]

Aos 34 anos, Ayrton Senna já era um piloto experiente, tricampeão do mundo e o maior nome da categoria. Por isso, quando a Fórmula 1 proibiu diversos recursos eletrônicos para 1994, Senna avisou que aquilo era perigoso e que causaria mais acidentes. Infelizmente, ele não poderia estar mais certo.

Duas mortes e um ferido 

Conforme alguns colegas jornalistas relatam, tudo começou como sempre é no GP de Ímola de 1994. Na sexta-feira, com um dia lindo e ensolarado, ninguém poderia imaginar o que viria a acontecer. Pois logo nos treinos, Rubens Barrichello decola em uma curva rápida, a Variante Bassa, e sofre um grave acidente. Ele chega a ficar inconsciente, mas foi apenas um grande susto. Ou melhor, um aviso de que algo não estava certo.

Roland Ratzenberger [reprodução]
Roland Ratzenberger [reprodução]

No sábado, ainda com um clima leve e um dia de muito sol, Ratzenberger não teve a mesma sorte. O piloto de 34 anos, assim como Ayrton, fazia sua primeira temporada na Fórmula 1, depois de conseguir uma vaga na estreante Simtek. Ao tentar melhorar suas voltas, Roland saiu da pista e danificou sua asa dianteira.

Sem perceber o problema, ele seguiu acelerando. Ao entrar no trecho mais rápido de Ímola, a sequência entre a antiga Tamburello e a extinta Villeneuve, a asa se soltou. Ratzenberger perdeu o controle a 300 km/h, acertou em cheio um muro e só parou na outra curva. Em respeito a ele, e a Senna também, não vou colocar os vídeos dos acidentes. 

Roland Ratzenberger [reprodução]
Roland Ratzenberger [reprodução]

A confirmação da morte do austríaco chocou a Fórmula 1. Ao rever trechos da cobertura daquele dia, é curioso notar como a mídia acreditava que Roland sobreviveria. Os comentaristas reforçavam a segurança dos carros, o uso de fibra de carbono. Por isso, quando a morte foi confirmada, a notícia caiu como uma bomba.

Por isso, no domingo, dia da corrida, o clima já não era mais leve. Todos temiam por mais acidentes, e logo na largada já teve uma batida forte e que forçou a entrada do Safety Car. O Benetton de JJ Lehto ficou parado no grid. Pedro Lamy não consegue desviar e acertou seu Lotus na traseira do outro bólido. Uma batida monumental. Destroços atingem os espectadores e alguns se feriram.

Ayrton Senna [reprodução]
Ayrton Senna [reprodução]

Até que na sétima volta, a segunda depois da saída do Safety Car, Ayrton perde subitamente o controle de seu Williams, acerta o muro da Tamburello, e encerra ali sua trajetória neste plano.

Legado de Senna

Passados 30 anos, é evidente que Senna se tornou uma figura ainda maior do que era. Até mesmo quem nunca viu ele correr, ou até pessoas que não gostam de automobilismo, respeitam e exaltam as vitórias e conquistas do brasileiro.

Roland Ratzenberger [reprodução]
Roland Ratzenberger [reprodução]

Entretanto, o maior legado de Ayrton, infelizmente, foi pago com sua vida. As mortes dele e de Roland mudaram para sempre o automobilismo. Os autódromos tiveram que ser modernizados, todos os carros se tornaram mais seguros, independentemente da categoria. Hoje, a segurança sempre é colocada em primeiro lugar, o que permitiu que a Fórmula 1 se tornasse, de fato, um ambiente mais seguro.

O automobilismo é um esporte de risco. Portanto, nunca dá para excluir completamente os perigos. Passados 30 anos das mortes de Ratzenberger e Senna, relembremos desses dois pilotos, que tiveram trajetórias completamente diferentes, mas tinham o mesmo sonho. E, infelizmente, partiram de uma maneira trágica. 

Ayrton Senna [reprodução]
Ayrton Senna [reprodução]

Senna sempre. E for Roland também.

Qual a maior lembrança que você tem de Ayrton Senna? Deixe nos comentários a sua opinião.


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