Desenvolvido totalmente no Brasil, mas vendido globalmente, o Jeep Commander foi um grande acerto da Stellantis. O grupo reagiu rápido ao ataque chinês e antecipou a moda dos SUVs médios de sete lugares. Mas, desde o começo sempre houve um problema: o Commander era manco.
O motor 1.3 quatro cilindros turbo flex é um canhão no Renegade, e insuficiente no Commander. Já o 2.0 turbo diesel é pouco para esse SUV enorme de 4,76 m de comprimento. Por isso, a Jeep aproveitou que em Goiana já era produzida a prima Ram Rampage com motor 2.0 turbo a gasolina para pedir o motor emprestado a ela.
E que diferença isso fez. Tranquilamente o Jeep Commander é hoje um dos melhores SUVs de sete lugares no quesito prazer ao volante. Ao todo, são 272 cv e 40,8 kgfm de torque, que levam esse parrudo modelo aos 100 km/h em apenas 7 segundos. É um carro verdadeiramente rápido.
Grande grandeza
Apesar de você, leitor, ter acesso às impressões do Commander 2.0 turbo só agora, o lançamento do modelo foi feito junto ao do Compass com mesmo motor. E foi interessante poder dirigir os dois carros no mesmo dial, especialmente porque iniciamos o test-drive com o modelo menor.
Isso fez com que o test-drive com o Commander fosse mais surpreendente, porque os pequenos pontos de melhoria que ainda existem a ser feitos no SUV de cinco lugares, estão no de sete. No Compass, não há muita confiança para ficar em alta velocidade, além dele passarinhar a frente um pouco ao arrancar.
Esse comportamento não é repetido no Commander, que gosta de ficar em altas velocidades e parece a todo tempo instigar o motorista para que isso seja feito. Ele se mantém estável, sólido e assentado mesmo acima de 120 km/h. Já a suspensão encontrou seu estado de arte em um Jeep.
O Commander é muito estável, faz curvas bem e ignora completamente qualquer superfície ruim que os pneus passem. Em estrada de terra, ele roda liso como se estivesse em asfalto. Já a absorção de impactos do modelo é louvável. Confesso, que sem querer passei em uma lombada de maneira não ortodoxa e o Commander nem ligou.
A direção tem bom comportamento, sendo firminha em altas velocidades e suave nas manobras. Entretanto, repete o mesmo problema que o Compass tem. Ao deixar o sistema de manutenção em faixa ligado, ela fica boba e morta ao centro, dando uma sensação incomoda ao volante.
Aprimoramentos necessários
Um dos destaques da renovação do Jeep Commander é que seus sistemas de auxilio a condução foram intensamente modificado e aprimorados. Desenvolvido no Brasil, o sistema ADAS de nível 2 traz melhorias para o piloto automático adaptativo e sistema de manutenção em faixa, que agora são bem mais lineares e orgânicos.
Chega perto da tecnologia fornecida pela Honda, mas ainda não tão bem calibrados. Destaque para a presença de sensores no volante que detectam rapidamente se o motorista está em contato ou não com o comando e rapidamente já emitem alertas visuais no painel.
Caso o motorista insista em não segurar o volante, o Commander emite um aviso sonoro e um visual no painel. Se ainda assim as mão não encostam no volante, o Jeep faz uma frenagem brusca e rápida para acordar o piloto que, eventualmente, pode estar dormindo.
Comando bravo
Diferentemente do Compass que ganhou duas versões ineditas com o motor 2.0, o Commander tem como única novidade a Blackhawk. A Overland, já presente desde o começo, agora é oferecida com motor 1.3 turbo flex, 2.0 turbo diesel e o novo 2.0 turbo gasolina.
Visualmente falando, a versão Blackhawk é a mais interessante, pois traz elementos cromados substituídos ou por cromo escurecido ou por preto piano. Além disso, pinças de freio são vermelhas. Por dentro, ele traz elementos em preto por toda cabine, inclusive nos bancos que trazem acabamento em couro e suede.
De resto, os atributos de sempre do Jeep Commander permanecem. O SUV de sete lugares traz porta-malas de 661 litros quando cinco lugares são usados, enquanto com sete a capacidade cai para 233 litros. O porta-malas tem abertura elétrica em todas as versões com motor 2.0 turbo.
Espaco interno é bom em todas as fileiras, inclusive, surpreendentemente no fundão. O assento da segunda fileira tem inclinação variável, além de deslizar sobre trilhos. Na frente, agora o motorista conta com memória para o ajuste elétrico dos bancos, algo que nunca foi oferecido ao SUV.
Vedericto
Com o motor 2.0 turbo a gasolina, finalmente o Jeep Commander tem a performance que sempre mereceu. Além disso, tem a vantagem de ter seu preço substancialmente reduzido em relação ao que era oferecido a nas versões diesel, sendo o Blackhawk comercializado pro R$ 321.290 e o Overland por R$ 308.290.
A realidade é que agora essas duas versões se tornaram as verdadeiramente recomendáveis para o Commander, visto que a performance das demais variantes não é das melhores. Refinado, bonito, espaçoso, robusto e agora bom de andar, o Commander tem vida muito fácil nessa categoria dos SUVs médios de 7 lugares.
Você teria um Jeep Commander com motor 2.0 turbo? Qual sua versão preferida? Conte nos comentários.
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