Única minivan vendida e produzida no Brasil, a Chevrolet Spin passou por uma reforma pesada para a linha 2025. Assumiu visual aventureiro, que a GM insiste em dizer que é um crossover, renovou todo o interior e passou a ser o novo ponto de partida para os próximos carros da marca por aqui. Mas seus atributos passados seguem.
O motor 1.8 quatro cilindros aspirado é o mesmo de sempre, só que agora com um novo gerenciamento eletrônico vindo do Tracker, ela ficou mais econômica. Segundo o Inmetro, a nova Spin faz 10,5 km/l, com gasolina, e 7,3 km/l, com etanol, na cidade. Na estrada, os números são de 13,4 km/l, com gasolina, e de 9,3 km/l, com etanol.
São 111 cv e 17,7 kgfm de torque, o que significa que o motor 1.0 três cilindros turbo do Onix é mais forte, já que ele conta com 116 cv, mas o torque é de 16,8 kgfm. Na prática, é possível sentir que a Spin é relativamente fraca. O teste foi feito com duas pessoas a bordo, mas certamente com sete ela sentirá o peso extra.
Por sorte, a Chevrolet calibrou muito bem a transmissão automática de seis marchas para fazer o motor responder de prontidão em momentos de necessidade. Pisou mais forte, ele faz o 1.8 dos tempos do Monza acordar e fazer a Spin ganhar velocidade. Afinal, ele acorda depois dos 4 mil giros.
Entretanto, a vantagem de ter um conjunto tão antigo é a confiabilidade. Taxistas e motoristas de Uber, maior público da Spin, usam esse carro sem dó e (quando muito) só com manutenções preventivas. É um motor muito resistente, barato de manter e fácil de encontrar peças por aí. Além de fácil conversão a GNV.
Familiar essencial
Como a Chevrolet elevou a suspensão da nova Spin para casar com essa nova aura de pseudo-SUV, o comportamento da minivan mudou um pouco. Ela está mais confortável, mas ao mesmo tempo dobrando mais nas curvas. Isso significa uma dinâmica justamente mais próxima a de uma minivan.
Ela é bem confortável e robusta, encarando buracos sem a menor dificuldade. Ela anda até em estradas de terra batida com muita absorção das superfícies ruins, filtrando tudo que passa para a cabine. O mesmo vale para a direção, que é bem calibrada e confortável.
Como a Chevrolet mudou os bancos da Spin, mesmo quem ficar horas atrás do volante da minivan não vai reclamar de dores nas costas ou de falta de conforto. É realmente um carro feito para usar por longos períodos. Pena que manteve a posição de dirigir excessivamente alta e sem a amplitude de ajuste necessária.
Novo patamar
Seguindo o que foi feito no Onix, Onix Plus e Tracker, mas não na Montana, a Chevrolet Spin é lotada de tecnologia. A versão topo de linha Premier de R$ 144.990 conta frenagem autônoma de emergência, alerta de colisão frontal, sistema de manutenção em faixa, alerta de ponto cego, mas faltou o ACC.
Ela é equipada ainda com chave presencial, central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, Wi-Fi nativo, painel digital, retrovisores elétricos, vidros elétricos nas quatro portas, saída de ar para o banco traseiro, direção elétrica com ajuste de altura, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, câmera de ré e sensor de luz e chuva.
Interior referência
Observe bem o interior da nova Chevrolet Spin. Ela será referência a todos os carros da GM do Brasil daqui para a frente. Ela conta com uma enorme central multimídia integrada ao painel de instrumentos, que é totalmente digital. As telas tem ótima qualidade e são fáceis de mexer.
Porém, a central multimídia é bem lenta, especialmente se comparada ao antigo MyLink que segue presente em outros carros da marca. Talvez sejam as animações de menu que deem essa sensação de lentidão, mas isso será algo a ver no uso mais intenso.
Já o painel de instrumentos totalmente digital é simples, mas lotado de funções e com bons gráficos. É um tanto confuso para mexer porque o botão que o comanda no volante também tem outras funções, enquanto algumas especificidades precisam ser acertadas pela central, que envia as informações para o painel.
O acabamento é justo, com plásticos duros, mas de qualidade. Há couro nas portas e materiais emborrachados em consoles. A nova Spin 2025 também trouxe luzes ambiente decorativas que ajudam a dar uma sensação mais sofisticada para a cabine. Destaque para o porta-celular nas quatro portas.
É espaçosa, mas não referência
Por dentro, a Chevrolet Spin faz com que todos se sentem muito alto, com as pernas bem esticadas e muito espaço vertical. A segunda fileira de bancos é ampla, mas não tanto quanto no Citroën C3 Aircross, seu principal rival. Já a terceira fileira de bancos é muito apertada, mas cumpre a função.
No porta-malas, a Chevrolet Spin pode levar 162 litros quando os 7 lugares estão armados. Se a terceira fileira é dobrada, são 553 litros. Agora, a versão LT, única com cinco lugares e sem banco traseiro, tem um gigantesco porta-malas de 756 litros de capacidade total.
Veredicto
Antigamente a Chevrolet Spin era um carro essencialmente utilitário. Apesar de bonita, não tinha nenhum charme a mais que fizesse alguém desejar ter uma. Era competente na parte mecânica, robusta, resistente, barata de comprar e de manter e com performance suficiente.
A nova é exatamente tudo isso, mas com o apelo de um visual bem bonito, interior mais sofisticado e boas doses de tecnologia que farão muitos donos de SUVs repensarem se querem levar os carros da moda, bem mais caros, ou uma minivan lotada de equipamentos e interior mais refinado.
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