Há tempos, executivos da CAOA rodam com modelos da Exeed no Brasil. A marca de luxo da Chery era dada praticamente como carta certa para o nosso país, especialmente como uma compensação para a CAOA por conta de Omoda e Jaecoo chegarem por aqui. Mas os planos mudaram e, neste momento, a marca não vem.
“A gente estava testando para trazer a Exeed, mas paramos com a ideia. Não está totalmente fora de cogitação. Mas esse ano aqui nós não vamos fazer nada com Exeed”, explica Annuar Ali, vice-presidente da CAOA em entrevista exclusiva ao Auto+ durante o evento de lançamento do CAOA Chery Tiggo 7 Sport.
A questão é que o grupo brasileiro não viu competitividade suficiente nos modelos da luxuosa Exeed para justificar a presença. “São produtos diretamente concorrentes [com os da CAOA Chery, Omoda e Jaecco]. Eles têm uma variação no acabamento, eventualmente no visual, aerofólio cresce, muda um pouquinho o design, mas no fundo é parecido”, explica Ali.
“Um exagero fora do comum”
Atualmente a linha global de modelos da Exeed é composta majoritariamente por SUVs. A marca de luxo da Chery conta com o LX, que é um Tiggo 7 chique, o TXL (baseado no Tiggo 8), o gigantesco VX e o esportivo RX. Há também os modelos elétricos da sublinha Sterra, hoje composta pelo sedã ES e pelo SUV ET.
Há um nítido investimento da Exeed em eletrificação de seus modelos. Todos os SUVs são oferecidos em versão híbrida, enquanto os Exeed Sterra são 100% elétricos. E justamente esse ponto que também colabora para a falta de incentivo da CAOA em trazer a marca par o Brasil. Até porque esse mercado não é visto com bons olhos pelo grupo.
“Não sei qual a visão global da empresa, mas na minha percepção, é um segmento muito pequeno e só vai crescer no Brasil acima de 15%. Carro elétrico no Brasil, se bater mais de 10% de participação no mercado já é um exagero fora do comum. Fora que vai acontecer o que aconteceu na Europa ou nos EUA”, explica Annuar Ali.
A referência à Europa e EUA, explicou o executivo, está no altíssimo custo de manutenção dos carros elétricos em caso de colisão, falta de estrutura e desvalorização elevada após bons anos de uso. Algumas marcas, como a General Motors, já revelaram que estão voltando atrás quanto ao processo de eletrificação total.
No Brasil, o mercado de carros elétricos tem crescido, assim como a estrutura, mas ainda está longe de ser a maioria. A CAOA Chery, por exemplo, até hoje só apostou no minúsculo iCar como carro elétrico de venda pública – até porque o Arrizo 5e só foi oferecido a empresas.
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