Basta olhar brevemente para o mercado brasileiro para que percebamos que modelos chamados de SUVs estão cada vez mais populares entre os consumidores. Com uma grande expansão, esse segmento hoje tem várias subcategorias, buscando atender cada vez mais a públicos variados e específicos. Mas a grande pergunta que fica é: será que os SUVs irão dominar o mercado mundial?
O que é um SUV?
SUV nada mais é que uma sigla para Sport Utility Vehicle, ou veículo utilitário esportivo, em português. Isso significa que na teoria são modelos com grande capacidade para percursos off-road, ao mesmo tempo em que se enquadram como ótimas escolhas para viajar pelas rodovias ou até mesmo usá-los em percurso urbano.
Os SUVs são marcados por serem mais altos e mais encorpados que modelos tradicionais, como um hatchback, por exemplo. Além da altura da carroceria, geralmente se destaca também o bom vão livre em relação ao solo, evitando que a parte debaixo do veículo raspe com facilidade em diversas situações de rodagem.
Contudo, apesar de ainda existirem muitos modelos que são de fato SUVs como antigamente, hoje em dia grande parte deles possuem propostas diferentes. Com a popularização desse tipo de carroceria, muitos hoje se posicionam como veículos urbanos, as vezes sem pretensão alguma de ter um desempenho no fora de estrada (off-road) ou até mesmo sem poder carregar muitos objetos em razão do espaço reduzido.
SUVs ou crossovers?
Nos dias atuais, por exemplo, um dos mais comuns no mercado são os SUVs compactos, que são derivados de um carro de passeio comum, geralmente um hatchback. Por isso eles utilizam carroceria do tipo monobloco, ao invés de serem construídos sobre chassis como nos modelos de fato definidos como SUVs.
Em nosso mercado podemos citar, por exemplo, o Toyota SW4, o Chevrolet Trailblazer e o Mitsubishi Pajero Sport. Eles são derivados de picapes, e não de carros de passeio. Respectivamente, eles são baseados na Hilux, na S10 e na L200 Triton, embora tenham seguido características mais independentes com o passar dos anos.
Esses modelos, por exemplo, possuem uma versatilidade muito maior que a dos compactos ou médios. Isso porque na maioria dos casos são mais altos, robustos (sobretudo por conta dos chassis) e contam com uma eficiente tração nas quatro rodas. Podemos dizer até que são basicamente picapes “fechadas”.
Considerando isso, muitos carros chamados de SUVs seriam melhores classificados como crossovers, já que misturam as características de hatchbacks ou sedãs, com as de um verdadeiro e típico utilitário esportivo. Porém, o mercado adotou essa sigla para basicamente qualquer modelo mais altinho.
Por isso eles são conhecidos mundialmente como SUVs, mesmo que sejam compactos, tenham apenas tração 4×2, sejam baixos e ainda nem consigam entregar amplo espaço interno, seja para os ocupantes ou para as bagagens. Como um SUV em sua concepção é pensado para transportar pessoas e objetos ao mesmo tempo sem perder o conforto, esses modelos pequenos não fazem sentido na teoria, mas dão muito certo na prática devido ao estilo.
Quando os SUVs surgiram?
Na verdade os SUVs existem praticamente desde sempre. Apesar de algumas histórias diferentes sobre seu surgimento, muitos consideram o Willys Station Wagon como o primeiro SUV, lançado em 1946. Na década seguinte o modelo chegou ao Brasil como Rural Willys.
Outros têm como pioneiro o Chevrolet Suburban Carryall de 1935. Contudo, pelo menos há um consenso de que o SUV surgiu com fazendeiros, soldados e outros profissionais que precisavam de um carro urbano, mas que também tivesse boa capacidade para cargas no porta-malas e enfrentasse com facilidade os circuitos off-roads.
Em mercados automotivos como o Estados Unidos, por exemplo, o SUV é popular há várias décadas, assim como as picapes. Por lá eles geralmente têm um porte bem expressivo, assim como possuem motores também bem grandes.
SUVs no Brasil
No mercado brasileiro esse tipo de veículo demorou bem mais para construir sua fama, ao contrário do que aconteceu no território americano. Por aqui quem inaugurou essa categoria foi o Rural Willys (posteriormente conhecido como Ford Rural), em 1956. A produção nacional foi iniciada em 1958, em São Bernardo Do Campo (SP).
Porém, o segmento dos compactos como nós conhecemos hoje, foi inaugurado pelo Ford EcoSport, em 2003. Na época o modelo trazia muitos elementos do Fiesta, mas sendo mais alto e ligeiramente mais versátil. Assim essas semelhanças continuaram por muitos anos, inclusive com as novas gerações sendo baseadas no New Fiesta.
A primeira montadora a tentar combater o Ford EcoSport nesse segmento foi a Renault, com o Duster. Porém, o modelo só chegou em outubro de 2011, pouco antes do utilitário da marca americana chegar à segunda geração (em agosto de 2012).
Após o Duster, a Chevrolet lançou a segunda geração do Tracker, em outubro de 2013. Em março de 2015 a Honda passou a vender o HR-V, também quando se iniciou a produção do Jeep Renegade. Logo no mês seguinte chegou o Peugeot 2008. Posteriormente vieram modelos bem conhecidos atualmente, como o Nissan Kicks, Volkswagen T-Cross, Hyundai Creta, Citroën C4 Cactus, Fiat Pulse, Volkswagen Nivus e etc.
Os SUVs irão dominar o mundo?
O mercado já teve outras épocas de veículos no passado, como a das minivans e das saudosas peruas. Essa moda já passou, e hoje em dia, as minivans estão muito escassas. No caso das peruas, apesar de ainda serem bem aceitas na Europa, penam muito para ter um número de emplacamentos no Brasil que justifique sua disponibilidade de venda.
Com isso, não podemos cravar totalmente que os SUVs nunca serão substituídos por outro tipo de carros. Contudo, isso será difícil de acontecer, já que de fato costumam ser mais versáteis que carros mais baixos, com porta-malas menores e sem nenhuma capacidade off-road.
Vale lembrar, porém, que os populares ainda podem existir futuramente como hatchbacks, já que os utilitários esportivos costumam ter uma produção mais cara, mesmo que compactos. Isso aumenta o valor de venda, logo ficam posicionados geralmente acima da linha de entrada do mercado automotivo.
O que podemos concluir é que realmente os SUVs são bem versáteis em algumas situações. Embora cada vez menores e mais semelhantes a carros comuns de passeio, eles se dão muito bem em nosso país, por exemplo. Isso porque temos ruas e estradas que chegam a impressionar com a quantidade de buracos, valetas e lombadas.
Se você já andou, por exemplo, com uma perua ou um sedã grande por São Paulo (SP), sabe a tamanha dificuldade e o estresse que se passa ao ter que tomar extremo cuidado em qualquer tipo de lombada e valeta, ou até mesmo em buracos mais fundos.
É nessa situação que os Sport Utility Vehicles se dão bem, por conta do vão livre mais alto. Para quem costuma trafegar por estradas de terra ou até com um pouco de lama, esses modelos também costumam passar com muito mais tranquilidade.
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