Destaque

Jeep fecha fábrica e mata um de seus mais icônicos SUVs

Depois de diversos rumores, Jeep oficializou o fechamento da fábrica de Belvidere, nos EUA e coloca fim à vida do icônico Cherokee

Jeep Cherokee [divulgação]
Jeep Cherokee [divulgação]

Há um certo tempo, conversas de corredores diziam que a Stellantis fecharia a fábrica de Belvidere, no estado de Illinois, nos EUA. A planta, única no mundo que ainda fabricava o Jeep Cherokee de quinta geração, oficialmente fechou suas portas e, como consequência, colocou fim à vida do SUV.

A fábrica, construída entre 1964 e 1965, foi responsável pela produção de diversos modelos importantes para o grupo Chrysler. Por lá foram feitos modelos como os Chrysler New Yorker, Imperial e Fifth Avenue, além dos Dodge Dart, Omni, Neon, Caliber, Dynasty, Polara e Charger. A Plymouth fez por lá modelos como Fury e Horizon.

Nos últimos anos, a fábrica se dedicou a modelos Jeep, produzindo a primeira (e desastrosa) geração do Compass junto do Patriot. Desde 2017, contudo, a fábrica só produzia o Cherokee de quinta geração. O SUV estreou com produção em Toledo, Ohio, em 2013, mas migrou para Belvidere em 2017 para a fábrica não ficar ociosa.

Jeep Cherokee [divulgação]
Jeep Cherokee [divulgação]
O Cherokee foi feito também na China entre 2015 e 2022. Já no Brasil, o modelo foi vendido como importado somente em 2014 e 2015. Em seu primeiro ano, o SUV contava somente com a versão Limited, catálogo expandido com as versões Longitude e Trailhawk no ano seguinte.

Todos, contudo, usavam motor 3.2 V6 aspirado de 271 cv e 32,2 kgfm de torque que bebia apenas gasolina. A transmissão era automática de nove marchas, a mesma dos Jeep diesel produzidos no Brasil. Hoje, o lugar que o Cherokee ocupava na linha brasileira é preenchido pelo Commander, com a vantagem da produção nacional e da terceira fileira de bancos.

Jeep Cherokee [divulgação]
Jeep Cherokee [divulgação]

Questão de preço

Já nos EUA, a marca terá um problema. Hoje em sua linha, o Cherokee preenchia um importante espaço entre US$ 37.695 na versão Altutude Lux e ia até US$ 41.295 na Trailhawk. Era o degrau seguinte ao Compass, que começa em US$ 29.995 e vai até US$ 34.490, e do Grand Cherokee que tem preços entre US$ 41.530 e US$ 48.350.

Com a morte do Cherokee, a Jeep agora tem um buraco de US$ 7.040 entre o Compass mais caro e o Grand Cherokee de entrada. Tecnicamente, o Wrangler preenche esse espaço, já que começa em US$ 31.195. Mas o público do Wrangler é totalmente diferente dos compradores do Cherokee.

Jeep Cherokee [divulgação]
Jeep Cherokee [divulgação]
A solução da marca seria produzir localmente o Commander, tendo uma alternativa de sete lugares que ainda não existe no mercado norte-americano. Especialmente porque o Commander, desenvolvido no Brasil, se tornou um carro global. Hoje ele é produzido também na Índia e vendido no Japão.

>>Jeep Recon será um rival elétrico para o Land Rover Defender

>>Exclusivo: Jeep Commander Longitude será lançado no Brasil

>>Jeep, VW e Fiat têm dois SUVs entre os mais vendidos de janeiro