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GWM Haval H6 GT é um canhão vestido de SUV cupê | Impressões

GWM chegará ao Brasil com níveis de performance de modelos premium, mas prometendo que o Haval H6 GT terá preço de Jeep

GWM Haval H6 GT [divulgação]
GWM Haval H6 GT [Divulgação]

Desde que dirigi o GWM Haval H6 pela primeira vez, já tinha ficado na boca um gosto de quero mais. Especialmente porque a marca chinesa havia me alertado para o fato de que aquele modelo ainda passaria por acertos finais antes de chegar ao Brasil. Mas ao receber o convite de que pilotaria o H6 GT em Interlagos, vi o tanto de banca que a marca colocou.

Afinal, não é toda montadora, especialmente uma estreante, que tem culhão de colocar um SUV híbrido para rodar no templo de Ayrton Senna. Mas a GWM resolveu colocar seu SUV cupê híbrido por lá e o resultado surpreendeu. Mas a pergunta de milhões ainda não foi respondida: qual será o preço?

Elétrico ou híbrido?

Debaixo do capô, o GWM Haval H6 GT destinado ao Brasil usa um conjunto mecânico que o SUV cupê não usa em nenhum outro lugar do mundo. Trata-se de um motor 1.5 quatro cilindros turbo ligado a dois motores elétricos, um em cada eixo. A Great Wall não divulga as forças separadamente, mas promete um total de 393 cv e 77,7 kgfm.

GWM Haval H6 GT [divulgação]
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Isso faz com que, mesmo sendo um SUV de duas toneladas (2.050 kg), o Haval H6 GT chegue aos 100 km/h em apenas 4,8 segundos. Experimentei esse número na prática na saída do box ao acionar o launch control e ver o SUV ganhando velocidade como um canhão. A traseira sambou um pouco, mas depois ele ganhou a reta em alta velocidade.

Tal qual acontece no H6 normal, com o qual o GT compartilha o conjunto mecânico, ele é empurrado pelo motor elétrico com torque instantâneo. Depois, o motor a combustão entra em ação para auxiliar. Mas é sentido nitidamente quando a segunda marca entra, o motor a combustão acelera mais e o Haval vai mais forte.

GWM Haval H6 GT [divulgação]
GWM Haval H6 GT [divulgação]
Como o modelo usa sistema de baterias de 34 kWh, é possível rodar até 170 km somente na energia. Com tanque cheio e baterias carregadas, o GT faz mais de 1.000 km. Oficialmente a GWM declara consumo de 27,4 km/l na cidade e 25,2 km/l na estrada. Ou seja, mais econômico que um Toyota Corolla Cross Hybrid e mais rápido do que um dia foi o VW Tiguan R-Line.

Tempero brasileiro

Um ponto em que a engenharia da marca ressaltou é que o Haval H6 GT passou por mudanças extensas de calibração de direção e suspensão para o Brasil. Afinal, lá na China o público gosta de carros mais molengas e anestesiados, enquanto os brasileiros preferem uma pegada mais esportiva e firminha.

GWM Haval H6 GT [divulgação]
GWM Haval H6 GT [divulgação]
Esse acerto dinâmico ficou claro na pista, uma situação que raramente esse Haval vai enfrentar. Nas curvas, por ter centro de gravidade baixo, ele rola pouco e não é tão sentido seu deslocamento de massa como em modelos de porte semelhante. Mais firme que do H6 padrão, o GT honra seu lado esportivo.

A direção brilha no conjunto, sendo bem direta, rápida e com assistência na medida certa, pendendo mais para a firmeza. A Great Wall ainda disponibilizou três acertos diferentes de assistência da direção, podendo ficar mais leve ou mais firme, mas o Sport ficou na medida para o teste em Interlagos. Resta ver todo esse conjunto na rua e no dia a dia.

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GWM Haval H6 GT [divulgação]

Esse é o padrão

Seguindo o que já havia visto no Haval H6, o GT traz um bom acabamento. Recheado de superfícies macias ao toque e plásticos bem encaixados, ele está no mesmo nível da Jeep – marca com a qual a GWM diz que quer brigar, além de roubar clientes de Volkswagen e Toyota.

O interessante é que o H6 GT vai um pouco além. No H6 Premium, o acabamento traz elementos em preto brilhante em regiões muito suscetíveis a riscos. Já o GT, usa plásticos que parecem aço escovado escurecido, que dá uma ótima sensação ao toque e visual. Imitação de fibra de carbono é usada no painel e bancos como pontos de destaque.

GWM Haval H6 GT [divulgação]
GWM Haval H6 GT [divulgação]
Por falar nisso, os bancos merecem um elogio à parte. Trazem acabamento com a fibra de carbono fake como anteriormente citado, além de couro de boa qualidade e camurça. Tudo arrematado com costuras aparentes e o logo GT estampado em vermelho – elementos de bom gosto. Pena que o volante não tem base reta ou aro mais grosso.

As telas do painel de instrumentos e da central multimídia tem boa qualidade e foram totalmente modificadas para o Brasil. A central, inclusive, usa a VW Play como referência e promete ser mais fácil de usar – mas em duas voltas rápidas em Interlagos não foi possível aprimorar o contato.

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Espaço interno é farto, especialmente na traseira. Como o Haval H6 GT não traz o teto com queda suave desde a coluna B, como faz o Fiat Fastback, ele manteve o bom espaço para a cabeça. O piso quase plano também ajuda na acomodação de quem vai atrás. Porta-malas de 515 litros com abertura elétrica é outro destaque.

Veredicto

Bonito, divertido de dirigir, com bom acabamento e consumo baixíssimo, o GWM Haval H6 GT tem tudo para fazer sucesso. O que depende é somente de seu preço. Ele tecnicamente não possui um concorrente sequer, visto que não há sequer um SUV cupê híbrido que não pertença a uma marca de luxo por aqui. 

GWM Haval H6 GT [divulgação]
GWM Haval H6 GT [divulgação]
Os único, aliás, são Porsche Cayenne Coupé e Audi Q5 Sportback – mas são dois modelos os quais a GWM não quer brigar, afinal, é uma marca generalista. Se a marca chinesa o posicionar em uma faixa pouco superior ao do Jeep Compass, flertando com o público do Commander na faixa dos R$ 250 mil será a receita certa para o sucesso.

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