![Fiat 500e [Auto+ / João Brigato] Fiat 500 híbrido chega em 2025 Fiat 500e [Auto+ / João Brigato] Fiat 500 híbrido chega em 2025](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2022/01/Fiat-500-eletrico-5_edited-990x556.jpg)
Por mais que você seja como eu e ame o ronco de um motor bem calibrado ou a emoção de um belo turbo empurrando o carro com toda força, isso é algo do passado. As montadoras estão se preparando para a virada totalmente elétrica para breve, o que levará diversos ícones automotivos para o mundo das baterias. Como foi o caso do Fiat 500.
O pequenino hatch subcompacto italiano sempre foi reconhecido por três coisas: dirigibilidade apurada, visual charmosíssimo e preço alto. O grande medo de todos quando a Fiat anunciou que a nova geração seria somente elétrica era que grande parte da boa dirigibilidade do 500 se perderia. Especialmente porque o 500 elétrico antigo era um carro ruim.
Mas ainda bem que foi um erro retumbante, como notei ao longo de uma semana testando o modelo de R$ 255.990. A título de curiosidade, durante o período de avaliação, o preço subiu e essa belíssima cor cinza acetinada foi tirada de linha.
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Canhãozinho
Fora o Abarth, esse é o Fiat 500 mais potente e rápido já vendido no Brasil. Tudo bem que os 118 cv e 22,4 kgfm de torque não parecem muita coisa – afinal, são números de carros 1.0 três cilindros turbo. Mas a eletricidade fez com que o pequenino se tornasse um verdadeiro canhãozinho.
A performance e a vivacidade fazem lembrar do Volkswagen up! TSI. São exatos 9 segundos para atingir os 100 km/h no maior silêncio. Nos primeiros metros em uma arrancada, o Fiat 500 parece se arrastar e buscar fôlego antes de começar a disparar com vontade. Ele verdadeiramente brilha é nas retomadas.
Isso se deve ao baixo peso para um carro elétrico. Com 1.290 kg na balança, ele não é muito mais pesado que um SUV compacto, apesar de ter dimensões bem enxutas. São 3,63 m de comprimento, o que o fazem menor que um Mobi. Contudo, a altura de 1,52 m o coloca acima de muito hatch compacto. Já a largura de 1,68 m terá um efeito prático discutido depois.
Espírito Abarth
Se fortes acelerações é o que já se espera de um carro elétrico, foi nas curvas que o Fiat 500e mais me surpreendeu. Ao pegar uma alça de acesso com o pé mais forte no acelerador, percebi que o pequenino não reclamava e aguentava mais. O ritmo foi aumentando e nada do 500 ou dos pneus cantarem. Enquanto isso, meu baço já saia do lugar e o cérebro se preparava para saltar pelo ouvido.
O 500 copia cada superfície do asfalto. Se você atropelar uma joaninha, vai sentir. Se houver uma mínima mudança de relevo no asfalto, como um remendo por exemplo, isso ficará bem claro por conta da dureza do conjunto. Não chega a ser algo como um Mini John Cooper Works que te fará visitar o fisioterapeuta depois, mas é rígido.
Ou seja, ótimo para manobras e sem tanta confiança para os momentos de diversão extra. Isso porque o volante tem ótima empunhadura e um couro de qualidade exemplar. Ainda que a Fiat o tenha equipado com revestimento bege que vive encardido por ser usado na parte em que as mãos mais tocam.
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Mais Argo, menos Jeep
Por falar em acabamento, o Fiat 500 elétrico está mais para o nível Argo de qualidade do que para o lado Jeep da Stellantis. Significa que seja um acabamento ruim? Não, muito pelo contrário. Os plásticos usados são de qualidade e a montagem é boa, apesar do console central parecer mal parafusado por ser molenga.
Mas não há nada de superfície macia como nos modelos da Jeep ou até da Peugeot. Para um carro de mais de R$ 250 mil, esperava um pouco mais de cuidado. Em especial quando comparado ao Mini Cooper SE, seu rival direto. Mas ele tem seus destaques, como o desenho de um 500 original no puxador da porta e do skyline de Turim no carregador por indução.
A maçaneta é aberta por um botão tanto do lado de dentro quanto do de fora, mas há uma alavanca em caso de emergência. Botões controlam as marchas, enquanto o console central traz seletor de modo de condução, freio de mão e controle do volume da central multimídia. Comandos de vidros são os mesmos do Jeep Renegade.
Destaque aqui vai para a central multimídia. A Fiat tem acertado e muito em seus sistemas, que apresentam ótima velocidade, menus fáceis e claros, além de uma tela digna do nível de qualidade de um iPad. Por ser mais horizontalizada, ela permite concentrar mais informações com menos invasão da linha de visão do motorista.
Só que se espaço interno for sua prioridade, esqueça do Fiat 500 elétrico. Ele é bem pequeno e apertadinho. São apenas 185 litros de capacidade e espaço apenas para crianças na traseira. Como a posição de dirigir é alta, mesmo com o banco o mais baixo possível, minha cabeça ficava raspando no teto bem no calombo criado para o teto solar.
Tudo bem que meus 1,87 m de altura acabam por se tornar uma referência ruim de altura para um motorista, mas a cabeça raspando incomodou. Ao menos a área para as pernas é generosa e o 500 conta com diversos níveis de ajustes para banco e volante.
Pequeno, mas equipado
Apesar de seu tamanho diminuto e proposta bem urbana, o Fiat 500 é equipado como um carro de luxo. Traz ar-condicionado digital de uma zona, carregador de celular por indução, frenagem autônoma de emergência, chave presencial (com um design horrível e sem botões), faróis full-LED, teto solar e alerta de ponto cego.
Tem ainda a presença de piloto automático adaptativo e sistema de manutenção em faixa que trabalham bem em parceria (apesar de o sistema de manutenção em faixa ser um pouco brusco nas correções), seis airbags, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, assistente de partida em rampa, monitoramento de pressão dos pneus e wi-fí à bordo.
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Veredicto
O Fiat 500 é um pequeno mimo nessa categoria. Não tem o espaço de um JAC E-JS4 ou o acabamento refinado de um Mini Cooper SE. Mas é mais divertido de dirigir que o SUV chinês e tem mais autonomia que o hatch britânico. É muito bem equipado, tem ótima dirigibilidade, sendo surpreendente nas curvas, além de ter acabamento coerente.
Custa caro como todo elétrico, mas felizmente mantém o espírito tão amado do 500 da geração anterior vivo com visual charmoso e prazer ao volante. Ainda bem que a eletrificação não estragou esse grande ícone da Fiat.
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