O ano de 2021 começou bem para Fiat e Peugeot. Depois de muita negociação, especulações e até algumas rusgas, FCA e PSA assinaram um acordo que oficialmente cria a Stellantis. As transações ainda demorarão um certo tempo até serem oficializadas, mas o novo grupo deverá ser oficializado até 18 de janeiro.
Na atual estrutura, a Stellantis contará com 14 marcas e capacidade de produção para 8,7 milhões de carros por ano. O grupo será o quarto maior do mundo em volume de produção potencial, ficando atrás somente de Volkswagen, Toyota e Aliança (Renault, Nissan e Mitsubishi).
Apesar da grande capacidade, o foco da Stellantis agora será redução de custos e perdas. Tal qual aconteceu com a Opel (e Vauxhall) que saiu da GM dando prejuízo e rapidamente se tornou uma marca lucrativa nas mãos da PSA, o novo grupo quer tornar as marcas do lado FCA financeiramente saudáveis novamente e corrigir operações deficitárias (como da América Latina).
Carlos Tavares, atual CEO da PSA e que comandará a Stellantis, é conhecido por não poupar esforços para cortar marcas e modelos que não dão lucro suficiente. Nesse meio, algumas marcas e carros específicos entram em risco.
Com isso, marcas de presença fraca como Chrysler e Lancia correm o risco de serem fechadas, ainda que a Stellantis jure que isso não acontecerá. A norte-americana hoje sobrevive com uma minivan (Voyager/Pacifica) que facilmente poderia ser transferida para a Dodge, e um sedã velho (300C).
Já a Lancia atua apenas na Itália e em alguns poucos países com o Ypsilon, que nada mais é que um Fiat Uno/Panda chique e com quase 10 anos com o mesmo visual. Ironicamente, o pequenino vende mais que toda a Alfa Romeo globalmente. DS e Maserati também estão com luz amarela acesa.
Hoje a operação europeia da FCA, em especial a Fiat, não apresenta o mesmo lucro de antes. As fábricas estão parcialmente ociosas e o potencial total da marca não é explorado – justamente o contrário do que ocorre no Brasil, onde a Fiat trabalha com linha de modelos cheia e fábricas a todo vapor.
O objetivo da Stellantis é aumentar a presença da FCA na Europa ao passo que reforçará a PSA em mercados americanos chave, como América Latina, onde hoje está fraca. Além disso, a Peugeot deverá vender seus carros nos EUA a fim de aumentar sua presença global.
Por outro lado, a Ásia como um todo, em especial a China, será um desafio para o grupo. América é forte para a FCA e Europa para a PSA, mas a Ásia ainda é um continente pouco explorado por ambas.
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