Criada em 2009, mas oficializando seus primeiros produtos somente em 2017, a Rivian foi a segunda marca de carros 100% elétricos a fazer um verdadeiro impacto no mercado depois da Tesla. Ao contrário da rival, que sempre apostou em sedãs e SUVs bem urbanos, a Rivian entrou de cabeça no off-road. E aí veio a Volkswagen com a Scout.

Criada em 2022, a nova marca do grupo VW foi destinada ao mercado norte-americano, mas pode ganhar o mundo. O nome veio quando o grupo adquiriu a marca Navistar Internacional em 2021. Scout, até então era do SUV Internacional Scout, um modelo nos moldes de Ford Bronco e Jeep Wrangler feito entre 1961 e 1980 em duas gerações.

Mas o que a ressuscitada marca off-road da Volkswagen (que é quase uma Jeep alemã) tem em comum com a novata Rivian? Basicamente tudo. Antes de expandir sua linha recentemente com os modelos R2 e R3, a Rivian começou sua carreira com um SUV e uma caminhonete.

Questão de porte

R1T e R1S foram os primeiros modelos da marca norte-americana e que trouxeram uma nova visão sobre carros elétricos. Foram os primeiros a desbravar o off-road usando eletricidade, além de trazer um visual bem moderno e futurista, mas com linhas quadradas e parrudas esperadas por esse tipo de veículo.

A R1T é monobloco, assim como o R1S, ambos contam com versões com 533 cv, 665 cv ou 835 cv, sendo os dois primeiros com um motor em cada eixo, enquanto a versão topo de linha tem um motor por roda. Em questão de porte, temos a caminhonete com 5,51 m de comprimento, 1,93 m de altura, 2,07 m de largura e entre-eixos de 3,45 m.

Rivian R1T azul parada nas pedras — Rivian R1T [divulgação]

Scout Terra azul caminhonete elétrica grande da Volkswagen — Rivian R1T [divulgação]

Já o SUV Rivian R1S bate os 5,10 m de comprimento, 2,01 m de largura, 1,96 m de altura e 3,076 m de entre-eixos. Ou seja, são modelos com porte de picapes médias como Toyota Hilux ou Mitsubishi L200 Triton, mas o SUV é mais longo que seus equivalentes SUVs SW4 e Pajero Sport.

Já os modelos da Jeep da Volkswagen são um pouco maiores. A Scout Terra, a caminhonete, marca 5,82 m no comprimento, enquanto o SUV Traveler chega a 5,28 m de comprimento por culpa do estepe pendurado na traseira. Mas repare que o design segue a mesma filosofia de linhas retas e contornos fortes, mas com um leve toque retrô.

Scout Traveler laranja parado em meio a floresta — Scout Traveler [divulgação]

Rivian R1S azul parado em meio a floresta — Scout Traveler [divulgação]

Outra fórmula

O grande ponto coincidente entre os modelos da Scout, a Jeep da Volkswagen, e a Rivian é como eles se posicionam. Traveler e Terra são praticamente iguais, exceto na parte traseira, onde há uma caçamba para a picape ou um espaço para cargas no SUV. Essencialmente, o visual dos dois é igual.

E é exatamente a mesma relação entre os Rivian R1T e R1S. Em geral, SUVs derivados de caminhonetes tem estilo essencialmente diferente, mas com itens compartilhados. Quando o design é mais próximo, contudo, é nítida a redução de entre-eixos e a traseira mais curta no modelo fechado. O que não acontece nos Scout ou Rivian.

Scout Traveler laranja no meio do deserto de traseira — Scout Traveler [divulgação]

Rivian R1S amarelo andando rápido pela floresta e areia de traseira — Scout Traveler [divulgação]

Tem caroço nesse angu

Mas isso é apenas a ponta do iceberg. Neste ano, já com os modelos da Scout em desenvolvimento e quase prontos, a Volkswagen anunciou que investiria um total de US$ 5 bilhões na Rivian. A ideia é aportar US$ 1 bilhão ao longo de 2024, depois mais US$ 2 bilhões em 2025 e o restante em 2026.

A ideia da Volkswagen com a Rivian é acelerar o desenvolvimento de plataformas e arquiteturas elétricas para seus carros. Contudo, criando a Scout como uma clara rival da Rivian, inclusive copiando a formula de modelos, não tornaria essa parceria um tanto quanto estranha?