Não é novidade que os SUVs-Cupês conquistaram uma parcela significativa dos consumidores. Entre as marcas generalistas, a Fiat oferece o Fastback, enquanto a Citroën quer surfar essa onda com o Basalt, o utilitário esportivo mais barato do mercado, com preços a partir de R$ 89.990. Mas será que ele convence?
Esse é o valor da versão de entrada Feel, equipada com um motor 1.0 de três cilindros naturalmente aspirado, acoplado a uma caixa manual de cinco marchas, entregando 75 cv e 10,5 kgfm quando abastecido com etanol.
A gama ainda inclui as versões Feel Turbo 200 (R$ 96.990), Shine Turbo 200 (R$ 104.990) e a edição especial First Edition Turbo 200 (R$ 107.390), todas equipadas com o motor 1.0 turbinado e câmbio continuamente variável (CVT) de sete marchas simuladas.
Uma receita já utilizada em outros modelos da gigante automotiva Stellantis, como nos Fiat Fastback e Strada, além do Peugeot 208, por exemplo. Bem calibrado para esses modelos, será que a experiência de condução se repete no Citroën Basalt? Veremos!
Condução do Citroën Basalt
Ao volante, o CItroën Basalt Shine Turbo 200 é um carro que responde prontamente ao pedal do acelerador, conforme comprovamos neste primeiro contato em trajetos urbanos e rodoviários. Com 1.191 kg e uma relação peso-potência de 9,16 kg/cv, ele vence a inércia e ganha velocidade sem esforço.
A baixa incidência de turbolag (atraso antes de o turbocompressor entrar em ação) ajuda nas respostas, tanto nas acelerações quanto nas retomadas, fazendo do Citroën Basalt um carro até divertido de dirigir.
Com o estilo de carroceria da moda, ele ainda permite rodar a 120 km/h em baixa rotação, ajudando no conforto acústico, apesar dos ruídos aerodinâmicos na região dos espelhos retrovisores.
A dinâmica lembra a de outro membro da família C-Cubed, o C3 Aircross, mas no Citroën Basalt a rolagem da carroceria é menor, assim como a resposta da dianteira ao ingressar nas curvas é mais rápida. O conjunto de suspensões utiliza arquitetura McPherson na frente e eixo de torção atrás, com molas e amortecedores desenvolvidos especificamente. As rodas de 16 polegadas calçam pneus de medidas 205/60.
O conjunto mecânico do motor com a transmissão, somado às suspensões, resulta em um carro bom de dirigir e ágil nas reações. Os disponíveis 130 cv e 20,4 kgfm (etanol) estão bem acertados ao Citroën Basalt, sem a sensação de falta de fôlego. Ou seja, uma fórmula vencedora repetida em um novo produto da Stellantis.
De acordo com os dados Programa de Etiquetagem do Inmetro, o consumo do Citroën Basalt é de 11,9 km/l (gasolina) e 8,3 km/l (etanol), na cidade, enquanto na estrada crava 13,7 km/l e 9,6 km/l, respectivamente.
A direção assistida eletricamente é rápida ao esterço, porém, em velocidades mais altas, poderia ser ligeiramente mais conectada ao piso. Não é algo que comprometa o projeto. Em contrapartida, a boa área envidraçada e o desenho dos retrovisores facilitam a visibilidade frontal e lateral, enquanto a visão traseira não é atrapalhada pelo desenho do vidro.
Bom de guiar na estrada, o Citroën Basalt também é agradável na cidade, principalmente nas saídas de semáforos ou em ultrapassagens. Em marcha lenta, a característica vibração dos motores de três cilindros é mínima e, acima de 3.500 rpm, percebe-se um ruído metálico. O isolamento acústico permite que alguns ruídos externos entrem na cabine.
Os freios utilizam discos frontais ventilados com 284 x 22 mm de diâmetro e tambores traseiros de 203 mm, com um pedal calibrado para o conforto, garantindo frenagens eficientes, mesmo em velocidades mais altas.
O Citroën Basalt também permite encarar uma estradinha de terra batida graças aos ângulos de ataque de 20,5º, de saída (28º) e a altura em relação ao solo de 18 cm. Já em segurança, estão disponíveis controles eletrônicos de tração e estabilidade, assistente de partida em aclives, sensor de pressão dos pneus, quatro airbags (frontais e laterais dianteiros) e Isofix para fixação de bancos infantis.
Como é o interior?
Para ser competitivo, algumas concessões precisam ser feitas. Entretanto, internamente, ele oferece um bom acabamento com plásticos texturizados e boa montagem. O quadro de instrumentos digital de sete polegadas proporciona uma melhor visualização do que no compacto C3.
O sistema multimídia de 10,25 polegadas possui uma interface simples e intuitiva, além de conectividade Android Auto e Apple CarPlay sem fio. A ergonomia é boa, com comandos bem localizados, mas a coluna de direção é ajustável apenas em altura.
Apesar das boas qualidades construtivas, os bancos poderiam ter abas laterais mais pronunciadas para melhor segurar o corpo nas curvas. Os vidros elétricos nas quatro portas possuem função um toque para subida e descida.
Quem viaja a bordo do Citroën Basalt encontra entradas USB para carregamento de gadgets, ar-condicionado automático/digital e bom espaço para as pernas e joelhos dos passageiros traseiros, graças ao entre-eixos de 2,64 m.
O porta-malas tem capacidade volumétrica de 490 litros e boa largura e altura da boca, facilitando o carregamento e descarregamento do compartimento de bagagens. Contudo, a tampa poderia ser mais leve que facilitaria o processo de abrir ou fechar.
Veredicto
O Citroën Basalt é o mais novo membro da trupe que surfa na onda dos SUVs-Cupês. É um projeto bem nascido, com qualidades tanto na condução transmitida pela união do motor de três cilindros 1.0 turbo ao câmbio CVT quanto nas suspensões bem acertadas, assim como pelo tamanho da cabine.
Ou seja, ele possui bons atributos e pode atrair os clientes em busca de um SUV-Cupê honesto para chamar de seu. Vai vender bem? Isso só o tempo dirá, mas qualidades ele oferece!
O que você achou do Citroën Basalt? Compraria este novo SUV-Cupê? Escreva sua opinião nos comentários!