Luxuoso e elétrico

BYD Tan consegue ser caro e barato ao mesmo tempo | Avaliação

Espaçoso e sofisticado, o BYD Tan recebeu novidades neste ano, e consegue ter um bom preço mesmo custando mais de meio milhão de reais

BYD Tan [Auto+/Leo Alves]
BYD Tan [Auto+/Leo Alves]

Chamar de barato um carro que custa mais de meio milhão de reais soa como algo ofensivo. Afinal, os modelos mais em conta do país custam quase um décimo desse preço, mas o BYD Tan é um SUV que pretende concorrer com modelos premium. E, ao oferecer um bom nível de requinte, sete lugares e ser totalmente elétrico, ele consegue ter um valor atrativo, quando comparado aos seus rivais diretos.

Lançado por aqui em 2022, o BYD Tan foi o primeiro carro da marca ao chegar ao Brasil. E, desde então, ele permanece sendo o único SUV elétrico de sete lugares oferecido no mercado brasileiro. Há modelos híbridos, como o Volvo XC90, mas mesmo assim ele é mais caro que o chinês. 

Novidades do BYD Tan

Nesses dois anos que separam o lançamento do modelo por aqui, o Tan recebeu boas novidades na linha 2024. Seu visual recebeu um retoque, principalmente na dianteira. Com isso, a grade ampla anterior deu lugar a uma entrada de ar menor, somada à barra cromada. O para-choque dianteiro e o traseiro também foram alterados. 

BYD Tan [Auto+/Leo Alves]
BYD Tan [Auto+/Leo Alves]

Entretanto, a maior mudança veio na parte que não é vista. Afinal, com a atualização em seu sistema de bateria, o BYD Tan recebeu mais capacidade de carga, tendo agora 108,8 kWh de capacidade. Com isso, a autonomia aumentou em 100 km no ciclo do Inmetro, chegando a 430 km. Um bom aumento e, de fato, esse é um dos pontos positivos do Tan.

Os motores elétricos também ficaram mais potentes e entregam 517 cv de potência combinada, com 71,4 kgfm de torque. E, como carro elétrico entrega todo o torque disponível de maneira imediata, o Tan dá uma patada inacreditável quando é provocado.

Conforto e luxo

BYD Tan [Auto+/Leo Alves]
BYD Tan [Auto+/Leo Alves]

Internamente, o SUV elétrico da BYD não deve em nada a modelos de marca premium. O acabamento é extremamente refinado, com o uso abundante de couro e Alcantara. Praticamente todas as partes internas usam materiais macios ao toque, exceto a parte inferior do painel. 

Os bancos dianteiros têm ajustes elétricos, massagem (que ajuda bastante em congestionamentos), aquecedor e ventilação. Além disso, ele abraça bem o corpo e não cansa o motorista. Algo esperado para um carro de R$ 536.800.

BYD Tan [Auto+/Leo Alves]
BYD Tan [Auto+/Leo Alves]

Outro ponto que possui ajuste elétrico é a coluna de direção. Ou seja, até para regular o volante é simples e sem esforço. E os ajustes da posição do banco do motorista e do volante podem ser salvos em duas memórias. Um recurso que sempre é útil, principalmente para quem compartilha o carro com outra pessoa.

E claro, não poderia faltar a central multimídia giratória. Com 15,6 polegadas, ela é imensa, mesmo com o Tan sendo um carro gigantesco, com seus 4,97 m de comprimento e 1,95 m de largura. Porém, quando o celular está espelhado, e isso pode ser feito sem fios, a central fica sempre na horizontal. Uma pena, pois para visualizar mapas, seria interessante poder utilizá-la na vertical. Isso é possível, mas usando o mapa da BYD, que está na central. Com Waze e Maps, sem chance.

BYD Tan [Auto+/Leo Alves]
BYD Tan [Auto+/Leo Alves]

BYD Tan e a ignorância ao acelerar 

Mesmo pesando quase três toneladas, o BYD Tan tem um vigor impressionante para acelerar. Seu 0 a 100 km/h é feito em 4,9 segundos, e pode chegar aos 190 km/h. E mesmo no modo ECO, para deixar o comportamento um pouco mais manso, o SUV é bruto quando se pisa até o fundo do acelerador.

No modo Sport, então, isso se torna ainda mais agressivo. É impossível não grudar no banco, o que pode gerar cenas engraçadas a bordo, com os ocupantes sem entender o que acabou de acontecer. E por não emitir barulho, a sensação é ainda mais estranha. Você crava o pé e só ouve um discreto ruído semelhante ao de uma maquininha de dentista.

BYD Tan [Auto+/Leo Alves]
BYD Tan [Auto+/Leo Alves]

Exatamente por isso, já que é um carro elétrico, o isolamento acústico do Tan precisa ser exemplar. E, de fato, é. Você mal ouve o barulho dos pneus e nenhuma turbulência com os vidros fechados. Isso mostra o cuidado que a BYD tem com seu produto, afinal um carro elétrico é mais propenso a esses problemas de ruído externo, pela falta de um ronco de motor.

É bem verdade que o sistema de som também faz sua parte. Assinado pela Dynaudio, há 12 alto-falantes espalhados pelo carro. E o som tem uma configuração que aumenta o volume conforme a velocidade aumenta, justamente para compensar o aumento do barulho dos pneus. De qualquer forma, a cabine permanece silenciosa o tempo todo.

BYD Tan [Auto+/Leo Alves]
BYD Tan [Auto+/Leo Alves]

Irritações desnecessárias

O BYD Tan não nega que é um carro chinês, por ter uma suspensão mais macia do que o habitual. É possível mudar a intensidade dela na central multimídia, deixando o acerto mais duro, mas mesmo assim ele balança feito um carro americano dos anos 1970. E como as rodas são imensas, com 22 polegadas, há uma sensação conflitante. Afinal, ao mesmo tempo que nota-se a maciez da suspensão, é possível notar que as rodas são rígidas, por conta da pouca banda dos pneus.

Mas no geral o SUV agrada ao volante. O Tan não é um esportivo, por isso a suspensão macia não irrita tanto. O que realmente desagrada é o sistema que lê placas. É comum ele ler as informações de maneira equivocada, e por isso emite um alerta contínuo e abaixa o volume do som.

[Auto+/Leo Alves]

É um detalhe, mas extremamente irritante. Às vezes, em um trecho de rodovia, há placas com velocidades menores para os carros que vão sair dela. Só que o Tan entende que aquele é o limite da via, e emite diversos avisos até conseguir encontrar uma nova placa com a velocidade correta.

Outro problema que aconteceu, na hora de devolver o carro, é que ele acionou o freio de emergência sem que ninguém passasse na frente ou que houvesse algum outro veículo. Isso aconteceu somente uma vez, e causou um enorme susto. Mesmo sem ser uma falha recorrente, vale a menção.

 [Auto+/Leo Alves]
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Infraestrutura problemática

Curiosamente, o maior defeito do BYD Tan não é culpa dele. Afinal, a maior dificuldade no convívio com um carro elétrico é ter onde carregá-lo. Eu precisei dar apenas uma carga boa nele, já que rodei quase 500 km. E mesmo estando na grande São Paulo, precisei rodar por dois shoppings e ter uma dose de paciência para achar um carregador disponível.

Só que para concluir o teste, apelei para um carregador de 50 kW, que fica em um posto de combustível em Santo André (SP). Dei sorte, pois cheguei e não havia nenhum carro por lá. No entanto, uma hora depois, tinha uma fila de vans esperando a vez. Ou seja, se eu tivesse demorado um pouco mais, teria que entrar na fila.

 [Auto+/Leo Alves]
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A realidade é que já existe uma frota considerável de carros eletrificados em São Paulo. Se você mora por aqui, faça um teste. Na próxima ida ao shopping, observe como as vagas com carregadores são disputadas. Só que a infraestrutura não tem acompanhado o crescimento. E, se agora já está se tornando caótico, imagine daqui uns anos.

Veredito

Espaçoso, confortável para cinco pessoas e habitável para sete, desde que os ocupantes extras não sejam altos, o BYD Tan é uma opção atraente para quem busca um carro mais luxuoso e com sete assentos. Por isso, mesmo custando R$ 536.800 na data do texto, ele pode ser considerado “barato”, já que compete com SUVs híbridos e que são até mais caros.

 [Auto+/Leo Alves]
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No entanto, vale sempre a ressalva. Se você pretende comprar um elétrico, invista em um carregador em sua casa. Mesmo o Tan tendo uma boa autonomia, em algum momento será necessário carregá-lo. E como a bateria é grande, ter um carregador em casa é essencial. Se não tem como instalar um em sua residência, então é melhor considerar outro modelo de sete lugares. Ou então prepare-se para ficar caçando um posto de recarga.

Você teria um SUV elétrico? Deixe nos comentários a sua opinião.