Hamilton vence na Alemanha e iguala Schumacher

Ao completar 91 vitórias, Hamilton iguala recorde de Schumacher e recebe capacete de presente das mãos do filho de Schumi, Mick

Hamilton
GP do Eifel 2020 [divulgação]

É possível debater por horas quem foi o melhor pilotos de todos os tempos. Mas se trocarmos melhor por maior, fica bem mais fácil. Essa resposta cabe aos números e por bastante tempo eles vão apontar para Lewis Hamilton. O piloto britânico venceu o GP do Eifel, em Nürburgring, na Alemanha, e alcançou Michael Schumacher como maior vencedor da história.

Veja um resumo de como foi a corrida com Tiago Mendonça no canal Pr1meiro Stint

A 91ª vitória veio com uma pitada de sorte, também, já que o fim de semana parecia destinado ao companheiro de equipe Valtteri Bottas. O clima instável do outono europeu na região das colinas do Eifel jogou as temperaturas lá embaixo e trouxe chuva na abertura da programação, obrigando a direção de prova a cancelar os dois treinos livres de sexta-feira.

A partir de sábado, o tempo firmou, como se diria no interior do Brasil, e os carros finalmente foram para a pista, mostrando um amplo domínio de Bottas. Ele foi o mais rápido no único treino livre e confirmou a pole position na parte da tarde, com Hamilton em segundo. Logo na largada, o finlandês mostrou que estava mesmo disposto a frustrar os planos do companheiro de equipe.

Hamilton largou melhor que ele e chegou à primeira curva por dentro, mas Bottas não se intimidou, se manteve por fora lado a lado com o britânico e eles foram decidir a parada na curva 2, onde Hamilton finalmente percebeu que perdeu a disputa. “Eu olhei ele vindo e pensei: caramba, mandou bem!”, elogiou Hamilton.

Pena que a sorte não acompanhou a inspiração. Na abertura da 13ª volta (de um total de 60), Bottas travou o pneu dianteiro esquerdo e perdeu a liderança para Hamilton. Mas não foi só uma travadinha: ele veio arrastando por alguns metros, destruindo o pneu, por isso teve de recolher mais cedo aos boxes para trocar. Ali, a corrida estava perdida.

Essas travadas foram comuns ao longo da prova porque além das baixas temperaturas a pista estava pouco emborrachada, já que a programação de treinos livres foi prejudicada e a Fórmula 1 não contou com nenhuma categoria de base (como Fórmula 2 ou Fórmula 3, por exemplo) pra melhorar os níveis de aderência no asfalto.

Cinco voltas depois, a carruagem de Bottas virou abóbora definitivamente, sofrendo perda de potência e forçando o abandono. Caminho livre para Hamilton fazer história e ganhar a corrida de número 91 de sua carreira. Na área de entrevistas, Mick Schumacher, filho do heptacampeão, esperava por ele com um presente em mãos. Um capacete de Schumacher dos tempos de Mercedes. Hamilton ficou praticamente sem palavras.

“Sabe, quando você cresce vendo alguém que você idolatra por sua capacidade, por seu talento… Eu me lembro de jogar com o carro do Schumacher no videogame, acompanhei todo o período dominante dele. Então, é uma honra incrível poder estar aqui. Meu total respeito ao Schumacher”, comentou, visivelmente emocionado.

Hamilton
GP do Eifel 2020 [divulgação]

Mas a corrida não se restringiu a Hamilton. Depois da intervenção do safety car, em função da quebra de Lando Norris, Max Verstappen chegou a ameaçar a liderança do piloto da Mercedes. Mas não deu em nada e Verstappen se disse satisfeito com o segundo lugar. Atrás dele, literalmente, só sorrisos.

Daniel Ricciardo fez um corridão para dar à Renault o primeiro pódio dela desde que voltou à categoria, em 2016. O terceiro lugar foi conquistado com uma pilotagem precisa: ele ganhou a posição de Albon na largada e depois ultrapassou Leclerc. Com a quebra de Bottas, foi promovido ao terceiro lugar e aí foi só suportar a pressão de Pérez, que vinha em quarto.Carlos Sainz Jr. conseguiu a quinta posição e Pierre Gasly acabou em sexto, depois de um duelo bem animado com Alexander Albon, da Red Bull, que reclamou do colega. “Ele jogou muito duro comigo”, disse pelo rádio.

A surpresa do dia foi Nico Hülkenberg, da Force India, chamado às pressas na manhã de sábado para substituir Lance Stroll, que teve uma diarreia severa e ficou fora da prova. Entrando no carro de surpresa, somente para o treino classificatório, Hulk evidentemente ficou em último. Mas brilhou na corrida, ganhando posições e chegando em oitavo.

Adotando uma estratégia agressiva de apenas um pit stop, Romain Grosejan conseguiu seus primeiros pontos no campeonato, em nono. A Ferrari – que levou inovações aerodinâmicas para Nürburgring e viu Leclerc se classificar em quarto – teve um dia bem medíocre, com o próprio Leclerc apenas em sétimo e Vettel, que errou de novo, em 11º.

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