Já viu povo mais criativo que o brasileiro? Quando não damos jeito em algo criamos uma gambiarra. Pode até não ser a solução ideal, mas funciona (e às vezes muito bem). Contudo, existem algumas fabricantes que criam carros que usam dessa arte tão controversa.
Remendo de uma geração com outra, base de um carro com corpo de outro e até misturas exóticas de outras marcas, os carros gambiarra são surpreendentes em sua criativa execução. Entretanto, o que chama atenção é que quase sempre eles vedem aquém do esperado. Ou seja, o barato sai caro na maioria dos casos.
Nissan Kicks Indiano
Calma, que esse não é o Nissan Kicks brasileiro. Se você está olhando para as fotos e achando que há algo de errado com esse Kicks, é porque de fato ele é esquisito. Ao contrário da versão brasileira, que usa base de March e Versa, o modelo indiano era feito sobre a plataforma do Renault Duster.
Ele usava a mesma base e entre-eixos do Renault Duster, o que fez com que ele ficasse maior em algumas dimensões, distorcendo o belo e harmônico desenho do Kicks nacional. É por isso que ele tem para-brisa mais inclinado e a sensação de que é um Kicks com caxumba. Por dentro ele tem volante de Renault, botões de Captur e maçaneta de Fluence.
Mercedes-Benz CLC
A terceira geração do Mercedes-Benz Classe C teve duas versões cupê e uma delas foi produzida no Brasil. Mas adivinha se não foi justamente a variante gambiarra que foi feita aqui em Juiz de Fora? O Mercedes-Benz CLC mesclava duas gerações do Classe C em uma e ainda tinha um nome próprio para disfarçar.
Ele surgiu em 2000 como Classe C SportCoupé. Tinha comprimento encurtado em relação ao sedã de segunda geração (W203) e uma traseira ousada com vidro dividido. Em 2008, ganhou a dianteira da terceira geração (W204) e o nome CLC. As linhas não se conversavam e ele foi substituído pelo Classe C Coupé tradicional em 2011.
Ford Territory
Diferentemente da atual geração, o primeiro Ford Territory era a junção de vários carros (e marcas) em um só. A base era a mesma que a Landwind copiou da Toyota, já o motor vinha da Mitsubishi e o câmbio CVT era o mesmo da JAC. Entretanto, o Territory tomava com base quase que totalmente um SUV chinês chamado Yusheng S330.
Ele tinha visual inspirado no Land Rover Evoque e compartilha quase toda as peças de carroceria com o Ford. Para-lamas, portas, teto e partes metálicas da traseira são as mesmas. Mas o Territory tinha para-choques próprios, lanternas e faróis diferentes e interior totalmente repaginado.
Volkswagen Golf Cabrio mk4
O Volkswagen Golf Cabrio de quarta geração é, talvez, a maior gambiarra que a marca alemã já fez em sua história. Para economizar uns trocados, ela não desenvolveu uma nova geração para o Golf conversível, mas sim juntou elementos do modelo mais novo na carroceria do antigo.
A marca pegou o do Golf de terceira geração e mesclou com os faróis, para-choque e desenho do capô do modelo seguinte. A traseira tinha nova tampa do porta-malas e para-choque, mas a lanterna ainda era antiga, assim como o interior. As linhas redondas dos elementos dianteiros Golf sapão não casaram com a carroceria quadrada do mk3.
Lada Largus
Anteriormente pertencente ao grupo Renault, a Lada podia se aproveitar de alguns carros da marca. Mas o que ela fez com a perua Logan já está no nível da gambiarra. Batizada como Lada Largus, a primeira geração da Logan MCV era vendida na Rússia de 2012 até o final de 2023, quando a Renault vendeu a Lada para o governo russo por centavos.
Contudo, pouco antes de morrer a marca decidiu dar a ela uma cara mais Lada e menos Renault/Dacia. Projetou uma dianteira totalmente nova, com grade frontal estilo X, típico da montadora russa. Entretanto, pegou empresado os faróis dos Sandero e Logan brasileiros pré-reestilização.
Que outro carro gambiarrento você conhece? Conte nos comentários.