Mini sempre foi o sinônimo de carros pequenos, rápidos e divertidíssimos de dirigir. Só que quando a marca anunciou que o Countryman havia crescido para o mesmo patamar do BMW X1, pensei que tudo estaria arruinado. Mas tudo que a nova geração sugere ser, ainda mais por ter se tornado 100% elétrica, é diferente da realidade.
De fato, o Mini Countryman ficou enorme…para os padrões da marca. Agora são 4,43 m de comprimento, o que o torna maior do que um Hyundai Creta ou um VW T-Cross. Na real, com esse comprimento, ele tem agora porte de Jeep Compass. Só no comprimento, a BMW esticou o Countryman em 13,6 cm.
O modelo ainda teve ganhos na altura (10,4 cm), chegando a 1,66 m. Na largura ele tem agora 6,8 cm a mais, chegando a 2,06 m, enquanto o entre-eixos foi esticado em 2,2 cm, totalizando 2,69 m. Tudo isso, poderia te fazer pensar que a dinâmica de kart se foi. Mas ledo engano.
Kart tamanho G
Dinamicamente falando, ainda estamos em um Mini. O Countryman não parece tão grande quanto de fato é, mantendo a direção divertida e super rápida que o modelo sempre teve. Aponto na curva, ele vai com tudo. Especialmente porque a direção é bem direta e rápida.
Poderia ser um pouco mais firme para passar a sensação esportiva que de fato a Mini sempre teve. Mas entendo que a marca prefira um acerto mais neutro, mais ainda rápido, para fazer com que a convivência diária com o Countryman seja melhor.
Antigamente, o modelo tinha suspensão extremamente dura, que prejudicava totalmente sua coluna depois de alguns dias dirigindo o SUV. Agora, ele está mais confortável, mas sem perder a boa tocada em curvas e a dirigibilidade divertida o qual a marca sempre prezou.
Nave espacial
Com 306 cv e 50,4 kgfm de torque, o Mini Countryman ficou extremamente rápido e potente quando comparado ao que era antes. Ele acelera de 0 a 100 km/h em 5,6 segundos, mas não parece um carro elétrico. Esse é o charme e a coincidência entre todos os modelos da BMW que se tornam elétricos.
Há a força bruta da eletricidade, mas o Countryman produz ruídos e sons artificiais que te dão a experiência de um carro a combustão. Você tem claro que não é o som de um motor de quatro cilindros, mas sim algo mais espacial e tecnológico, só que tem semelhanças com queimadores de gasolina.
Segundo a marca, são 320 km de autonomia total, o que garante bastante diversão na cidade e até na estrada. Contudo, como todo carro elétrico, melhor deixar a estrada para outro momento. Lá fora, o modelo conta com versões a combustão que não foram confirmadas para o Brasil.
Menos sisudo
Um elemento que nunca fez sentido nos Mini é que, apesar de seu exterior divertido e alegre, o interior era muito sisudo. Talvez uma tentativa de imprimir um luxo de BMW ou materiais que, na época, não estavam disponíveis. A nova geração vai para esse lado mais divertido.
É nítido que o acabamento é pior do que antes, sem faixas de couro no painel e materiais macios. Contudo, o visual traz uma aura mais jovial e alegre para a cabine, combinando com o exterior charmoso do carro. Destaque para a central multimídia enorme com tela OLED e visual redondo.
Por lá está o painel de instrumentos digital, igual ao Volvo EX30. Contudo, diferentemente do modelo sueco, a BMW tratou de colocar um head-up display, que é extremamente necessário. A central é fácil de mexer e conta com alguns comandos físicos rápidos na parte inferior.
No quesito espaço, o Countryman melhorou muito. Mas não espere por um SUV espaçoso no banco traseiro. O porta-malas, com abertura elétrica, conta com 460 litros de capacidade. Exatos 55 litros a mais do que antes.
Veredicto
Com preços começando em R$ 294.990 e indo até R$ 339.990, o Mini Countryman não veio ao Brasil para ser um SUV elétrico popular. Ele quer se consagrar como uma alternativa esportiva e divertida de dirigir, com o charme retrô da marca, mas agora com mais porte e espaço.
Nisso, ele mandou muito bem. Mas se você só quer um SUV elétrico, o próprio Volvo EX30 entrega um pacote semelhante e diversão compatível por um preço menor. Só não tem o mesmo charme.
Você teria um Mini Countryman? Conte nos comentários.