Nem todos os carros considerados clássicos hoje em dia foram um sucesso de vendas. E isso é bastante curioso, porque esse fracasso comercial gerou escassez no mercado, o que sempre faz com que os preços sejam astronômicos quando começam a perceber o potencial desses veículos. Confira alguns exemplos a seguir.
Ford Maverick
Nesse caso, é o Maverick clássico, não a caminhonete atual, obviamente. O fato é que, embora haja um apelo imenso pelo Maverick, ele foi um dos carros que fracassaram em nosso mercado, sendo vendido só por seis anos, entre 1973 e 1979.
Todo mundo queria um Maverick V8, e os modelos de seis e quatro cilindros mais frustraram do que agradaram, principalmente o seis cilindros, que bebia como o V8, mas andava menos que um carro 1.0 moderno.
O muscle car da Ford sempre foi completamente ofuscado pelo Chevrolet Opala e chegou a virar sucata nos anos 1980. Os modelos que sobreviveram, começaram a ser valorizados há cerca de 20 anos, e hoje ele é um clássico altamente desejável. Dê um Google e veja os preços cobrados pelo modelo.
Volkswagen 1600 (Zé do Caixão)
Lançado em 1968 para ser um modelo familiar, o Volkswagen 1600 chamava a atenção pelas linhas retas e por seu nome genérico. A segunda parte rapidamente foi resolvida com a criatividade dos brasileiros, que logo apelidaram o carro de Zé do Caixão, por conta do personagem sombrio de José Mojica e que estava em alta, na época.
A justificativa para o apelido foi que as quatro maçanetas das portas lembravam um caixão. Talvez por conta disso, o sedã foi um dos carros que duraram menos tempo no mercado brasileiro, saindo de linha em 1970, com pouco mais de 24 mil unidades feitas. Novamente, a escassez gerada pela pouca produção fez dele um dos carros mais valorizados no mercado de clássicos, já que é difícil achar alguma unidade conservada.
DKW-Vemag Fissore
O Fissore foi um dos últimos carros feitos pela DKW-Vemag no Brasil. Vendido entre 1964 e 1967, ele é um dos modelos mais bonitos da história marca da Auto Union. E isso tem uma justificativa: seu desenho era italiano, feito pela Carrozzeria Fissore. Ele foi um sedã clássico, com três volumes bem definidos e com duas portas, e utilizava o mesmo motor tricilíndrico de 981 cc e dois tempos dos outros modelos da DKW-Vemag.
Em 1967, com a Volkswagen assumindo a operação da Auto Union no mundo e da DKW-Vemag no Brasil, ele teve sua fabricação encerrada. Somente 2.500 unidades foram fabricadas, o que faz dele um modelo extremamente raro e altamente colecionável.
Volkswagen Fusca Pé-de-Boi
O Fusca é um sucesso, mas teve um modelo específico que durou pouco e se tornou uma raridade absoluta. Trata-se do VW Fusca Pé-de-Boi, modelo feito em 1964 para se adequar a um programa de carros populares do governo. Se o besouro não era um sinônimo de luxo, no Pé-de-Boi a Volkswagen deixou apenas o essencial.
Com isso, não há frisos, detalhes cromados, tampa para o porta-luvas, setas e marcador de combustível. Acontece que muitos compradores do modelo na época iam equipando o carro com os itens que faltaram. Dessa forma, restaram pouquíssimas unidades do Fusca Pé-de-boi realmente originais, além do fato dele não ter vendido muito na época. Dessa forma, um modelo basicão desses hoje em dia custa uma fortuna. Mesmo sendo extremamente simples.
Gurgel BR-800 (e Supermini)
O Gurgel BR-800 foi o mais perto que o Brasil chegou de ter um carro 100% nacional. Fabricado entre 1988 e 1991, sendo substituído pelo Supermini em 1992, ele foi uma tentativa de Amaral Gurgel ter um carro popular realmente brasileiro. Só que a volta da importação e o surgimento dos carros 1.0, em 1990, levaram a marca à falência, que foi decretada em 1994.
Dessa forma, chegava ao fim o sonho de se ter uma marca brasileira de carros. O BR-800 e o Supermini não foram completos fracassos, mas venderam pouco. Com isso, hoje eles são raros, principalmente em bom estado, e unidades bem conservadas estão valorizando.
Quais desses carros clássicos você prefere? Deixe nos comentários a sua opinião.
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