Bezerra da Silva já dizia que malandro é malandro, e mané é mané. A malandragem está tão enraizada no espírito brasileiro, que até mesmo o mundo dos carros chegou a ser impregnado com soluções criativas. E não estou falando de gambiarras, mas sim soluções encontradas pelas fabricantes para burlarem leis. E até mesmo no exterior isso foi praticado.
VW Brasília
Planejado para ser o sucessor do Fusca, o VW Brasília na realidade é um hatch. Acontece que quando ele foi lançado, nos anos 1970, existia uma regra em que peruas pagavam menos impostos. Por parecer uma Variant menor, a Volkswagen tratou de vender seu hatch como perua, o que fez dele mais um dos primeiros carros a burlar leis no Brasil.
VW Gol GTS / Ford Escort XR3
Ao ver a ficha técnica dos dois carros esportivos, é possível notar que a potência declarada é de 99 cv. Quando a Volkswagen lançou o Gol GTS, a lei da época dizia que carros com mais de 100 cv pagavam mais impostos. Então, para fugir disso, declarou que o motor AP 1.8 a álcool desenvolvia 99 cv.
E o que o Ford Escort XR3 tem a ver com isso? Bem, na época Ford e VW estavam casadas no Brasil, vivendo nos tempos da Autolatina. Quando o XR3 passou a utilizar o motor AP, a mesma lógica foi aplicada a ele. Segundo algumas fontes, a real potência do motor era de cerca de 110 cv.
Fiat Tempra 16v
O Tempra também entrou na onda dos carros com potência declarada menor do que a real. Quando a Fiat lançou o motor 2.0 16v para o sedã, em 1993, a potência real do propulsor ultrapassava os 127 cv, que era o limite para um IPI menor. A solução então foi dizer que seu carro desenvolvia 127 cv, mas é provável que o motor chegasse perto dos 140 cv de potência.
GMC 3500 HD
Há uns dias, o Auto+ noticiou que a GM quer popularizar a GMC pelo mundo. Só que a marca já esteve presente no Brasil no começo dos anos 2000. O nome GMC 3500 HD é estranho e completamente genérico, mas ele era uma tentativa de fazer a Chevrolet Silverado da época pagar menos impostos.
Originalmente, a Silverado não tinha 3.500 kg de peso bruto, mas chegava perto, com cerca de 3.300 kg. A GM então deu um jeito da picape superar esse número, para que pudesse ser considerada um caminhão, e não uma caminhonete. Dessa forma, foi possível burlar a lei para que ela pagasse menos impostos.
Suzuki Jimny furgão
Nem sempre as divisões brasileiras das fabricantes burlam as leis. No caso do Jimny furgão, a malandragem foi feita na Europa. Em 2020, a legislação anti-poluição forçou a Suzuki a criar uma versão comercial de seu jipinho. Como o motor 1.5 não se adequava mais aos limites, o jeito foi retirar os bancos traseiros (que não serve para muita coisa), colocar grades e passar a vender o Jimny como um furgão. Tudo sem gastar com um motor novo ou com soluções de eletrificação.
Lembra de outros carros que foram feitos para burlarem leis? Deixe nos comentários a sua opinião.
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