Independentemente de quantos e quais carros as montadoras lançam no Brasil, elas sempre planejam muito antes da estreia. Só que nem sempre acertam. Às vezes é obra do acaso que leva um modelo ao fracasso, outras vezes é falta de leitura do mercado, enquanto em outras é simplesmente um grande azar.
Por isso, reunimos cinco carros que foram lançados do jeito errado no Brasil e as razões pelas quais todos eles fracassaram. Alguns tiveram suas trajetórias corrigidas depois de um tempo, mas o lançamento poderia ter sido bem maior e mais bem sucedido se esses erros não tivessem sido cometidos.
Volkswagen Amarok
Quando a Volkswagen Amarok foi lançada no Brasil em 2011, a marca alemã simplesmente esqueceu da transmissão automática. Ainda que naquela época o abandono ao pedal de embreagem não era tão intenso como hoje, caminhonetes médias já eram dominadas por esse tipo de transmissão, especialmente nas versões mais caras.
Hoje em dia, uma Amarok Highline manual é mico na certa. Demorou, mas na linha 2013, a Volkswagen introduziu o câmbio automático de seis marchas, tão demandado pelo mercado. A empolgação foi tamanha, que havia o logotipo Automatic abaixo do nome Amarok e em letras gigantes. Só que o impacto do lançamento da picape já tinha passado.
Chevrolet Bolt EUV
Talvez o lançamento do Chevrolet Bolt EUV seja o maior exemplo de pior timing entre os carros já trazidos ao Brasil. Uma semana antes do lançamento no Brasil, a GM dos EUA falou mais do que deveria e anunciou que 2023 será o último ano de produção do SUV elétrico e de seu irmão Bolt EV. E isso minou a estreia do modelo por aqui.
Durante o lançamento, o Bolt EUV perdeu força e foi descrito somente como um modelo que prestes a sair de linha. Para compensar a falha, a Chevrolet ofereceu um tipo de leasing no qual o dono de um Bolt EUV trocaria o modelo por um dos novos carros elétricos que a GM trará ao Brasil em breve. Ou seja, se tornou só um elétrico de transição.
Fiat Linea
Os problemas causados nos lançamento do Fiat Linea foram muito semelhantes aos da Volkswagen Amarok. Em uma época em que carros mais caros já ofereciam transmissão automática, ele chegou com câmbio automatizado de embreagem única e trocas desastrosamente ruins. Além disso, tinha motor 1.9 desconhecido e que durou pouco.
Mas talvez o maior problema do Fiat Linea foi tentar pertencer a uma categoria que não era a dele. O modelo é derivado do Punto, que é um hatch compacto. Só que a Fiat tentou empurrar o Linea para a categoria de sedãs médios, quase como um sucessor de Tempra e Marea. Não deu certo porque, na prática, ele seria equivalente hoje a um VW Virtus.
Kia Rio
A Kia não é do tipo de marca que demora a lançar carros novos no Brasil. Mas o Rio foi uma verdadeira novela. O hatch compacto foi prometido diversas vezes para o nosso país, mas demorou demais a chegar. Seu lançamento foi feito com pompa e elegância, mas ele chegou caro demais e sem motor turbo.
Após a estreia, pareceu que a Kia esqueceu que vendia o Rio. Não se via propagandas do carro em nenhum lugar ou qualquer tipo de novidade que o colocasse na mídia novamente. O mercado foi esquecendo, ele perdeu a versão de entrada, até que sumiu de vez. Pouca gente, inclusive, lembra que um dia ele foi vendido no nosso país.
CAOA Chery Tiggo 3X
Um dos raros casos de carros que não duraram sequer um ano no mercado, o CAOA Chery Tiggo 3X não deveria nem ter sido lançado, se era para durar tão pouco. O modelo foi descrito como um novo automóvel, não uma reestilização do Tiggo 2 (o que, na realidade, é o que ele era) e sofreu com isso.
A Chery tentou manter os dois SUVs no mercado ao mesmo tempo, prejudicando a venda de ambos. Além disso, o Tiggo 3X tinha motor 1.0 turbo um tanto quanto estranho. Eram só 98 cv e 17,1 kgfm de torque, fazendo dele o modelo 1.0 turbo mais fraco à venda no Brasil. A transmissão CVT também não ajudava e suas vendas foram um fracasso.
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