Dentre todas as marcas que atuam no Brasil, a Fiat é a mais curiosa. Afinal, a marca nasceu italiana, mas hoje dá mais para dizer que é brasileira. Afinal, a nossa divisão é a maior e mais lucrativa da marca, além de ter liberdade absoluta para desenvolver os carros que quiser – algo que nenhuma outra montadora estabelecida aqui tem.

Prova disso é que hoje só existem dois carros da Fiat no Brasil que também são vendidos na Europa: 500 e Ducato. Mas no passado não foi assim, visto que tínhamos diversos modelos italianos no Brasil. Só que todos eles passaram por um toque de estilo brasileiro, como comprova essa lista.

Uno

Nascido como um projeto global em 1983, o Fiat Uno começou a ser produzido no Brasil um ano depois do lançamento na Europa. Só que o nosso Uno não usava uma base nova, mas sim uma evolução da presente no 147. O que fez com que ele trouxesse o estepe no cofre do motor, suspensão traseira independente e um corte no capô que o Uno europeu nunca teve.

A diferença entre os Uno se tornou gigante quando a Fiat reestilizou o modelo em 1989 dando a ele um visual de mini Tipo. No Brasil, ele ganhou frente inspirada no Tempra em 1990, mas sem mudar a traseira. Depois, em 2004, o nosso Uno passou por mais uma mudança visual, a maior de todas em sua história antes de ganhar uma nova geração.

Linea

Apesar de ser considerado um dos carros fracassados da Fiat por tentar vender um sedã compacto como médio, o Linea teve sua marca na história. Ele surgiu com o mesmo visual nos quatro cantos do mundo em 2007, ele se desvirtuou da globalização quando a hora da reestlização chegou.

Apresentado em 2012 na Europa, o novo Linea tinha grade frontal enorme para-choque estranho e a placa saia do para-choque traseiro para o porta-malas. No Brasil a Fiat fez melhor. Ela deu elementos semelhantes na dianteira do europeu, mas sem a grade esquisita. O único estranhamento era o remendo plástico preto para cobrir o antigo lugar da placa.

Bravo

Durante seus 7 anos de vida na Europa, o Fiat Bravo nunca mudou de visual, tanto que a única reestilização feita no modelo em sua história foi aplicada no Brasil somente. Apresentado como linha 2015, um ano depois da morte do modelo na Europa, o Bravo brasileiro ganhou mudanças de estilo para ficar mais esportivo.

Ele trouxe para-choques mais esportivos, recheados de falsas entradas e saídas de ar, além de mudanças na grade frontal e lanterna traseira. Era lotado de qualidades e bem bonito, mas só vendeu mal porque outros carros em sua categoria tinham câmbio automático de verdade. O Bravo se restringia ao péssimo câmbio Dualogic.

Stilo

Antecessor do Bravo é um dos hatches médios mais icônicos do mercado, o Stilo nasceu como um dos carros globais da Fiat. Mas a tímida mudança visual feita pela Fiat da Europa em 2004 nunca chegou ao Brasil, nem a mais profunda de 2006. Em compensação, tivemos alterações visuais mais interessantes em 2008.

Desenvolvida no Brasil, a reestilização do Stilo trouxe novo para-choque dianteiro com luzes de neblina redondas, que contrastavam com a carroceria toda quadrada do hatch médio. A lanterna traseira mudou, inspirado no Stilo duas portas nunca vendido no Brasil. Havia também novo aplique no para-choque traseiro simulando uma saída de escape.

Idea

Por mais que a Idea brasileira e a europeia fossem semelhantes visualmente quando foram lançadas, elas eram carros bem diferentes. A da Europa usava base de Punto e tinha interior exótico, com mostradores no centro do painel e console elevado. Já a nossa usava base de Palio e aproveitava também do hatch o seu interior.

Só que em 2010, a Fiat resolveu dar um visual mais atual à minivan, que seguiu em linha na Europa até 2012 só com mudança na grade e lanterna traseira. Inspirada no Punto e na Lancia Musa, a Idea brasileira ganhou frente mais alta e redonda, com faróis maiores e grade frontal tipo Audi. A traseira trouxe tampa traseira sem placa e lanternas de LED pela primeira vez em um carro produzido no Brasil.

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